terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Mulher por... Lucas Aguirre

" A foda que te vou dar será excessivamente grandiosa para que tu a consigas reter dentro de ti própria, será um festival que vai ultrapassar a tua vida e a tua experiência... penetrar-te-á, inundar-te-á até extravasar, derramar-se-á nos teus filhos, e nos filhos dos teus netos... daqui a dez gerações os teus descendentes acordarão sobressaltados com o choque de um sonho que se perpetuará nas células e nas fibras da linha que brota dos teus quadris fecundos. "

Henry Miller, Opus Pistorum
Giros, 2008
Aguirre, Lucas (Argentina)

Hoje foi o primeiro dia...



... do último ano da minha Licenciatura! :D


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Limão...



O Limão não é azedo
Apenas não se deixa ser doce
Por desilusão, por medo
Que do seu coração façam mousse


Carrancudo, socialmente ácido
Solitariamente doce na limonada
Desabafa ao açucar derretido
Como gostava de ser fruta de salada


Tenho o retrato dum limão ao lado da cama
Para que todos os dias ao acordar
Me lembre que ri e chora quem ama
Mas chora e não ri quem não se deixa amar

domingo, 28 de setembro de 2008

Sou do Benfica!!!

Hoje apetece-me ser clubista!
Sou sempre benfiquista, mas hoje sou-o antes até de ser João!
Porque ontem, como há já algum tempo não sentia, vi o meu Benfica jogar como deve jogar, ser superior, altivo, ignorar o adversário, saber que é o Benfica e que isso por si só deve e tem de chegar!
Aliás, questiono-me frequentemente como é possivel alguém, tendo a possibilidade e livre arbítrio para escolher o Benfica, optar por qualquer outro clube!
É como se à nascença se escolhesse nascer sem um braço, uma perna ou sem com um hemisfério cerebral! Não se trata sequer de um acto de coragem, de não querer nascer o maior e conquistar o seu valor, de gostar de estar do lado das minorias... trata-se de um acto de esquizofrenia! Escolher não ser do Benfica é optar por uma vida onde o padrão comportamental será sempre desviante e inevitavelmente causador de um sofrimento subjectivo e impeditivo.


E porque é dia se ser justificadamente exacerbado e provocante aqui vai!


Benfica 2 : 0 Quem?!


É ássim quieuoiçósseis porrá!!!

Áté quandu? (Gábriéu u Pensádô)

Naum adgiant´olhá prucéu com muinta fé e poucá´lutá
Lévantáí qui você tem muint´oprotesto prá´fázê i
Muintágrevi
Você podji´você dévi, podjicrê

Naum adjiant´olhá pruchão, virá a cára prá num vê
Si lig´áí quitxi botarum numá´cruiz e só purqê Jesuis´ófreu
Num qué´djizê qui você tenhá´quisofrê

Áté quandu você vaificá usano rédjia
Rindudá´própriá trágédjia?
Áté quandu você vaificá usano rédjia Pobri´ricô´clássimédjia?
Áté quandu você vai levà cáscudomudo?
Mudàmud´essá póistura
Até quandu você vai ficanomudo?
Mudá´quiumêd´éummódodji´fázê censúra

Áté quandu você lévandu pórrádapórráda?
Áte quandu váificá semfazên´ada?
Áté quandu você lévandu pórrádapórráda?
Áte quandu váificá semfazên´ada?


Vocêtentácêféliíz, naumvê´qué déprimentxi
Seu filho seim´iscola, seu véiotásem´dentxi
Você tentásê´conteintxi, naumvêqué´révoutantxi
Você tásem´impregui´suáfilhátá´géistantxi
Você sifáizdji surrdo naum vêquiéábísurrdo
Você quiéinócentxi foi presuimfrágrantxi
É tudô frágrantxi
É tudô frágrantxi
À puliciá matoum´istudantxi
Fálou´quiérá´bandjido, chámoudjitráficantxi
Á juitxiçá prendeupérápádu
Soutoudéputadu i ábísouvêuispêémisdjivigáriu

Á puliciá sóezistji prámantêvocênálei
Leídu´silênciuleidu´máisfracu
Ou áceitásê´um sácodjipancád´ouváiprusacu

Á prógramáção ezistji prámantê vocênáfrentji
Náfrentjidátêvê, quéprátjintrêtê
Quéprávocê naumvê quiu´prógramáduévocê

Ácórd´numtenhutrábáio´prócurotrábáio´querutrabáiá
Ucárámipé´djiplômá numtenhudjiplômánumpudjistudá
I´quérem quieusejá´íducádu quieuandjiárrumádu´quieusáibáfálá
Áquilu´quiumundumipédji naum é o quiumundomidá

Consiguimprê´cóméçuímprê´mimátudjitanturalá
Ácórdu´beimcêdu naumtênhussusêgu nemtempoprá´ráciociná
Naum péçuárregu máisnáhoráquichegu´sóficunumêmulugá
Brinquêdu´quiufilhumipédji num tenho djinhêropádá

Iscólá´ismólá
Fávélá´cádêiá
Seimterrá´intérrá
Seimrendá´sirendá´naumnaum

Mudá´quiquandágentjimudumundumudá´quágentji
Á gentjimudumunduná´mudançádámentji
I quandámentjimud´ágentji andápráfrentji
I quandágentjiman´dá´ninguéim´mandánágentji

Ná mudançádjiátitudji naumhámau´quinaumsimudji
Neimduençásemcurá
Ná mudançádjipóisturá´gentjificá´máisiguru
Ná mudançádu´présentjiágentjimôudófuturu


PS: Em homenagem aos 3 irmãos brasileiros mais "pórrêtáis du pédáço"!:
- Pedretxi "O Romântico Lírico"
- Árrtuzinho "O Sáláfrário Endjinheirado"
- Anginha "A Burguesinha Arquitectónica"
É ássim quieuoiçósseis porrá!!!

sábado, 27 de setembro de 2008

Tendinha...boa musica e puta que pariu o resto!

Quem me conhece sabe que por vezes me causam até uma certa urticária e que só as frequento muito de vez em quando e se as noites a tal se proporcionam... mas no sábado passado, no Porto, descobri a única discoteca da qual me imaginaria a ser assíduo (considero 1 vez por mês como o mais assíduo que consigo ser de uma discoteca) cliente... falo da Tendinha dos Clérigos!
A razão é simples: Rock do início ao fim sem qualquer vislumbre de pop, R&B ou Hip-Hop!
Franz Ferdinand, White Stripes, Rage Against the Machine, Prodigy, Bloc Party, you name it!
E atenção, não tens de estar numa filinha à espera para ver se o bimbo do porteiro te grama, nem te pedem o cu e sete tostões para lá estares ou para beberes uma porcaria duma imperial.
Quanto à decoração, não reparei. Quanto à gente gira, uns sim, outros nem por isso, outros nem pensar. Gostei pela música e puta que pariu o resto!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Foleiro pah!


Data: 24 / 09 / 2008

Local: Assembleia Geral da República


Durante o debate, confrontado pelo líder da bancada do PSD, Paulo Rangel, quanto ao aumento da criminalidade violenta registado no presente ano, esta foi a resposta do nosso Primeiro Ministro:


"... durante o 1º trimestre de 2008 houve um aumento de 15% da criminalidade violenta. Mas vamos ver o que isso quer realmente dizer. É que apesar do 1º trimestre de 2008 registar um aumento no indíce de criminalidade violenta em relação ao 1º trimestre de 2007, a verdade é que os números demonstram uma diminuição relativamente a 2006. E também demonstram uma diminuição relativamente a 2004, altura em que o sr. deputado exercia funções. "


Caros delinquentes, faço desde já aqui um apelo para que unam forças e até ao último trimestre de 2008 consigam o maior indíce de criminalidade de sempre, pois parece-me que só com as estatísticas totalmente em seu desfavor o nosso PM se dispõe a tomar medidas.


Ah e Vssa. Exa. não vale recuar aos anos AC...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Mulher por... Jules Lefebvre

"... qualquer companhia, mesmo brilhante, me maça rapidamente, ao passo que nunca me aborreci com as mulheres do meu agrado. Custa-me confessa-lo mas daria dez entrevistas com Einstein por um primeiro encontro com uma bonita figurante. É verdade que, ao décimo encontro, eu suspiraria por Einstein ou por umas leituras fortes. Em suma, nunca me incomodei com os grandes problemas senão nos intervalos dos meus pequenos desregramentos. E quantas vezes, especado no passeio, no meio de uma discussão acalorada com amigos, eu perdi o fio do raciocínio que me expunham porque uma brasa atravessava a rua naquele momento."
Albert Camus, A Queda

Mary Magdalene in the Cave, 1876
Lefebvre, Jules (França)

sábado, 20 de setembro de 2008

Fim-de-semana à moda do Porto carago!


Ui, o que me apetecem aqueles rojões a 3,50 Eur. na Casa Melo...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Conhecer o preço desconhecendo o valor

" De tudo aquilo que foi anteriormente explicado, surge uma conclusão bastante clara: O homem light vive instalado na atalaia do cinismo. Tornou-se pragmático e uma coisa é o que pensa e outra, bem distinta, é o que faz. Oscar Wilde definiu-o assim: «Aquele que conhece o preço de todas as coisas e o valor de nenhuma». O cínico está cheio de contradições; o que hoje se crítica apaixonadamente, amanhã defende-se com ardor; o importante é o momento, o instante concreto do tema que nos ocupa. Porém nada é definitivo e há que apontar o vencedor porque o importante é o êxito e o triunfo: é o cúmulo da fugacidade, a revolução da urgência.
Vivemos na era dos anti-heróis, dos videoclips, na qual o plástico é o sinal dos tempos: usar e deitar fora; o modelo do yuppie substitui os velhos ideais revolucionários. Praticamos a moral do pragmatismo. Uma pessoa assim torna-se fria, sarcástica, maniqueísta e, quiçá, algo maquiavélica e insensível; é um desavergonhado que age duma forma descarada e adorna a sua conduta com uma linguagem floreada que há que decifrar.
É a mística do nada. Ao produzir-se a perda de todas as referências, esta é uma das suas consequências. "

O homem light - Uma vida sem valores,
Enrique Rojas

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Altos e baixos na vida de um gato preto...


- Quando sinto esperança...

Gostava de te dizer que o atum não sabe a azedo
Que contínuo a pular oceanos de telhas sem medo
Que entre nós nunca haverá nenhum segredo
Gostava de te dizer que não se avista fim no nosso enredo...

- Quando sinto nostalgia...

Gostava de te dizer que contínuo a ver contigo a Lua no topo do telhado
Que o meu preto e o teu branco fazem um malhado
Que cada ponta do novelo encontra um e outro de cada lado
Gostava de te dizer que o futuro de cada um será do outro um dia o passado...

- Quando eriço de raiva!

Gostava de te dizer que não me lembra de ti o branco leite na minha gamela!
Que não é por ti que espero no parapeito da janela!
Que sem ti não perdi o gozo de irritar cão ou cadela!
Gostava de te dizer que o meu olho felino não verte saudade no escuro da viela!

- Quando espeto as garras e arranho o cortinado!

Gostava de te dizer que me sabe melhor não dividir a espinha!
Que prefiro o meu carapau de escabexe ao teu frito em capa de farinha!
Que brilha mais que o teu o pelo persa da gata da vizinha!
Gostava de te dizer que sem ti sou tigre e tu uma medrosa gatinha!

- Quando a realidade me puxa pela pata...

Sou um simples gato preto...
Agora sem ti, mas cá me aguento...
A diferença é que contigo conseguia!
Aquilo que agora só a custo tento...

A Mulher por... Jenny Saville

"Não há mulher, por mais feia que seja, que não tenha um traço de beleza "

Ovídio








Propped, 1992
Saville, Jenny (Inglaterra)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

E também...

Ontem, enquanto jogava apercebi-me: " Is it just me, or is there something really sexy about a girl that knows how to shoot some serious pool? "

domingo, 14 de setembro de 2008

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

O amor é fodido... por nós!

" O que é amar alguém? O que significa? Amar outra pessoa é desejar-lhe o melhor, olhar por ela, tratá-la de forma excepcional, dar-lhe o melhor de nós mesmos. O que inicialmente atrai é a aparência física, a beleza, que logo se torna psicológica e espiritual. Em geral, podemos afirmar que o amor baseado e centrado na beleza física costuma ter um mau prognóstico. Com ele não se chega muito longe; por isso, no enamoramento, o sentimento essencial é «Necessito de ti», «És para mim fundamento de vida», «És o meu projecto». Dito em termos coloquiais: «És a minha vida». Maurice Blondel define assim o amor: «L´amour est par excellence ce qui fait être», «o amor é antes de mais aquilo que faz ser».
O que o homem necessita na vida é amor, amar e ser amado. A felicidade não é possível sem o amor. Amar outra pessoa é querer a sua liberdade, que se aproxime o mais possivel dela, quer dizer, do bem. Essa é a sua grande meta. Ajudar a outra pessoa a transcender-se, ajudá-la a exteriorizar tudo, a que esteja contente e feliz com a sua existência. "


...


" ... na relação sexual sem amor autêntico o outro é um objecto de prazer. Não se procura o bem do outro, mas o prazer com ele. Sob nenhum aspecto se pode denominar isto como amor verdadeiro porque utilizamos e instrumentalizamos uma pessoa «querida» para satisfazer o nosso prazer. Neste tipo de relação a pessoa que utiliza o outro é ególatra e só persegue a sua própria satisfação; nunca há um encontro verdadeiro entre um eu e um tu, mas tão somente uma união sem vínculos.
Há que construir uma nova pedagogia do amor, partindo da própria pessoa e não do prazer sexual anteposto ao amor. Foi precisamente esta adulteração dos termos que nos conduziu a um consumo de sexo, o qual se afasta do sentido profundo do encontro amoroso. O partenaire nas relações sexuais não tem importância como pessoa, mas só como físico. Aquele que unicamente olha ao sexo não necessita de outra pessoa enquanto pessoa, só deseja tirar proveito dela. Esta relação converte-se em algo pobre, hedonista, egoísta... O comércio sexual indiscriminado afasta o homem da mulher, porque nele se produz um contacto superficial, trivial, débil e insignificante. Não são válidos os argumentos estatísticos de «Isto quase toda a gente o faz», «A vida hoje é assim» ou «Estes são os tempos que correm», para que duas pessoas se entreguem intimamente sem amor, porque tudo se desvirtua. Daí que aquilo que se consegue sem esforço e sem compromisso não seja apreciado, perca o seu valor e, a longo prazo, até o seu atractivo.
A sexualidade sem amor autêntico conduz a um vazio gradual que desemboca em fastio, indiferença e cepticismo, quer dizer, uma atitude descomprometida em excesso. Às vezes podemos até, graças a um espírito crítico, descobrir na sua base notas autodestrutivas."


...



" Assistimos hoje em dia a uma idolatria do sexo. Os meios de comunicação e, em especial, o cinema e a televisão, serviram-no-lo de bandeja. Há sexo por todo o lado, sem afectividade nem amor, apenas como um itinerário serpenteante, divertido e turbulento, no qual se misturam valores como a conquista, a busca do prazer e o desfrutamento sem restrições. Os meios de comunicação prometem a libertação e o encontro consigo mesmo em paraísos de sensações maravilhosas: sexo sem fim, diversão, jogo caprichoso. Assim se pretende enganar e convencer o homem de que sexo e amor significam o mesmo, de que praticar o sexo é interessante, sem ser necessário propôr-se mais nada. Tudo desde um ponto de vista materialista e desumanizado.
Vivemos numa época confusa quanto a este aspecto, já que perdidos os pontos de referência, uma vez que os valores se perderam, tudo se torna relativo, descendo nós pela rampa do subjectivismo e do egocentrismo, numa palavra: egoísmo. Cada um tem um código particular de valores em que se deixa de chamar às coisas pelos seus nomes. Chega-se assim a um amor rebotalho: tudo a baixo preço, ligeiro, light, sem conteúdo, insubstancial, sem rumo; uma relação anónima, indifrente, passageira, que se leva a cabo de forma animal e primária na primeira oportunidade que surge. Numa palavra: sexualidade sem importância, sem intresse, desvalorizada, carente de autêntica intimidade, na qual não existe amor - ainda que este termo se adultere e utilize indevidamente - , mas sim encontros físicos para desfrutar reciprocamente e nos quais acontece utilização mútua. Contudo, o amor verdadeiro torna o homem mais humano, transforma o seu passado e ilumina o seu porvir; é uma síntese de ingredientes físicos, psicológicos e espirituais. Com o amor verdadeiro somos mais donos de nós mesmos, e enobrecemo-nos. É que este tem os ingredientes necessários: é exclusivo e brota de uma afinidade que se move até à eleição; e faz com que se produza uma excursão até à intimidade da outra pessoa, com tudo o que isso implica: descobri-la e tornar-se participante nos seus desejos e ilusões.
Tal como no adulto, isto também se passa com a criança e o adolescente: ambos descobrem a vida com o passar do tempo, gradualmente, acostumando-se à sua complexidade e artfícios. Quer dizer, pratica-se uma espeleologia interior ou uma descida às zonas profundas da personalidade, com o intuito de ficar agarrado a elas. Contudo, nas relações light isto não é possivel, porque não há uma pretensão de conhecer o outro; porque é transitório, epidérmico e intranscendente.
Tudo o que comporta o amor verdadeiro traduz-se num gozo interior que é promessa de futuro e necessidade de compartilhar a vida, arriscando-a. Encontra-se uma pessoa que vale a pena, uma pessoa ante a qual um alguém se detém e com a qual põe a possibilidade de iniciar um caminho. Ou dito de outro modo: Também podemos descobrir terras inexploradas e saber o que há por detrás delas. Tudo isto é a atracção, pela qual alguém se coloca na disposição de jogar tudo numa cartada. Não é algo o que vemos mas alguém interessante e valioso que provoca em nós admiração. É um achado misterioso e fascinante que, quando consigo leva tudo por diante, nos apraz recordar como um desses momentos siderais da existência. "

O homem light - Uma vida sem valores,
Enrique Rojas




Come-me á bruta!
Colheradas de mamas
Beijos socados
Dedos que rasgam e penetram
Nódoas negras de desejo
Vapores escaldantes do Inferno
Bafejados num pescoço nu
Chapadas em ondas de pele
Que pede para ser açoitada
Sumos e cheiros que escorrem
Pelos ensopados de luxuria
Ruidos de bestas que arfam
Rubores que queimam o toque
Genitais que se devoram
Que se esquecem mas comem
Violações à lá carte
Desconhecidos e saciados...
Conscientes...
Culpa...
Lágrimas...
Pára...
Ama-me á bruta...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O Momento da Verdade na Era do Vazio

Terminou á poucos minutos o 1º de uma série de 13 que a SIC vai transmitir do seu novo programa e porta-estandarte na reentré televisiva, "O Momento da Verdade". A maior verdade, e talvez a unica, que me pareceu ter sido revelada, ainda que não uma surpresa, foi que no fabuloso mundo dos media, televisão na linha da frente (?!), sempre se pode descer mais baixo. E bom, podia referir-me ao militarzinho que tão "valentemente" confessou traír a mulher, achar a sua relação aborrecida, não gostar de brincar com a filha, entre outras "verdades", se não me parecesse claramente haver ali uma ridicula manipulação e encenação "Jerry Springer style".


De uma forma ou outra, encenação ou não, trata-se de um produto vergonhoso, que obviamente é mais uma vez copiado a partir do que vem de fora, e aqui palmas para o brilhante Director de Programação da SIC, Nuno Santos, não esquecendo a Teresinha, que em mais uma brilhante parceria com essa produtora de entulho que é a Endemol, conseguiram criar a nossa versãozinha deste "frankenstein" audio-visual.


Para quem queira procurar perceber e confrontar-se um pouco, não só com a questão que nos leva a tentar perceber como permitimos nós o sucesso (sim, porque não tenho duvidas que este será mais um exemplo!) de todo o lixo que diariamente nos é despejado, sob os mais variados formatos, pelos media, mas também, obter uma maior e mais abrangente visão do tipo de sociedade em que nos tornámos e para o qual todos contribuimos diariamente, sugiro " O homem light, Uma vida sem valores ", um pequeno, mas que, pelo que já li, me parece um "grande" livro, onde Enrique Rojas, catedrático de Psiquiatria em Madrid e director do Instituto Espanhol de Investigações, considerado em 1995 Médico Humanista do Ano em Espanha, nos fala do que considera ser o "grande vazio existencial resultante da falta de valores e ideais" que reina na sociedade ocidental. Garanto-vos, não é "coisa de intelectuais", é coisa de todos sobre todos e para todos!



" Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo. "

terça-feira, 9 de setembro de 2008

A Mulher por...Roy Lichtenstein

Drowning Girl, 1963
Lichtenstein, Roy (Estados Unidos)

" E de repente, caralho, voltou-se-me a vida do avesso, eis-me barata de costas a espernear, sem apoios. A gente, entendes, quero dizer eu e ela, gostava muito um do outro, contínua a gostar muito um do outro e os tomates desta merda é eu não conseguir pôr-me outra vez direito, telefonar-lhe e dizer - Vamos lutar, porque se calhar perdi a gana de lutar, os braços não se movem, a voz não fala, os tendões do pescoço não seguram a cabeça. E foda-se, é só isso que eu quero. Acho que nós os dois temos falhado por não saber perdoar, por não saber não ser completamente aceite, e entrementes, no ferir e no ser ferido, o nosso amor (é bom falar assim: o nosso amor) resiste e cresce sem que nenhum sopro até hoje o apague. É como se eu só pudesse amá-la longe dela com tanta vontade, catano, de a amar de perto, corpo a corpo, conforme desde que nos conhecemos o nosso combate tem sido. Dar-lhe o que até hoje não soube dar e há em mim, congelado embora mas respirando sempre, sementinha escondida que aguarda. O que a partir do início lhe quis dar, lhe quero dar, a ternura, percebes, sem egoísmo, o quotidiano sem rotina, a entrega absoluta de um viver em partilha, total, quente e simples como um pinto na mão, animal pequeno assustado e trémulo, nosso. "



António Lobo Antunes, " Memória de Elefante "

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sambinha domingueiro...

O meu samba vai curar teu abandono
O meu samba vai te acordar do sono
Meu samba não quer ver você tão triste
Meu samba vai curar a dor que existe
Meu samba vai fazer ela dançar
É o samba certo pra você cantar


O meu samba é de vida e não de morte
Meu samba vem pra cá e traz a sorte
E celebra tudo o que é bonito
Meu samba não despreza o esquisito
Meu Samba vai tocar no infinito
Meu Samba é de bossa e não de grito

Meu Samba, defendi com alegria
Deixe que a noite vadia
Vai saber lhe coroar
Deixo entregue aos bambas de verdade
Que estão nos morros da cidade
Peço a benção pra passar
Deixo entregue aos bambas de verdade
Que estão nos morros da cidade
Peço a benção pra passar

Samba meu, Maria Rita

domingo, 7 de setembro de 2008

Curiosidades...



Nome: João
Significado: Significa agraciado por Deus e indica uma pessoa com forte espírito de liderança. Impulsivo, às vezes é mal interpretado, mas seus actos sempre visam o benefício da maioria, pois possui nobreza de carácter.



PS: Se estiverem curiosos passem por: http://www.jornaldenomes.net/

sábado, 6 de setembro de 2008

A fraqueza infantil do orgulho


" Todos querem a paz, mas há muita gente que não se dispõe a fazer as pazes. Parece que não acreditam que duas pessoas zangadas ou um casal desavindo se possam reconciliar. Preferem afirmar posições. De facto, o orgulhoso não é inteligente! Se fosse inteligente, já teria percebido que a coisa mais humana é levantar-se dos seus erros e recomeçar cada dia. Não o tentar e agarrar-se aos seus direitos parece força, mas é fraqueza infantil. "


"Não Há Soluções, Há Caminhos", (Padre) Vasco Pinto de Magalhães

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sabedoria oriental...

" Se tens um problema e tens a solução, então porque te preocupas?

Se tens um problema e não tens a solução, então porque te preocupas? "

Confúcio

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Mulher por...Alphonse Mucha



" Difícil é amar uma mulher e simultaneamente fazer algo com juízo "

Tolstoi, Leon

Summer, 1986

Mucha, Alphonse (Rep. Checa)

Olha olha, este blog tem uma rubrica! Ui ca bom!

Boa noite,

ora pelas razões "porque sim" e "porque sou admirador confesso de todas elas", decidi criar uma rubrica onde num post pudésse incluir as minhas três formas de arte predilectas: a Pintura, a Literatura e a Gastronomia...
Ora, uma vez que não descobri quadros nem citações suficientes sobre gastronomia, alterei esta forma de arte para uma outra da qual também sou admirador confesso, que é a Mulher. Embora com pena de deixar a Gastronomia de fora, esta forma de arte que é a Mulher, também pode ser comestivel (excluem-se as que se encontram nas seguintes categorias: familiares... próximas; toda a espécie de mulheres feias... e cuja fealdade persista após a 17a imperial; mulheres que já foram homens... como o/a Nené Jr.; mulheres que ouçam reageaton; mulheres gordas ao ponto de terem hino, bandeira nacional e PIB per capita; mulheres magras ao ponto de puderem ser utilizadas como estandarte para içar as bandeiras das mulheres gordas, mulheres que ao ver futebol façam comentários como "vai chuta!", "corre!", "aiiiii!", sobretudo se após este "entusiasmo" se virarem para outra mulher para lhe perguntarem onde comprou aquela pregadeira tão gira ou então se tentarem iniciar uma conversa paralela com um "ai é verdade, sabes quem eu vi ontem com não sei quem?"... e também as que vibrem mais com a selecção nacional que com o seu clube claro. Mas pronto, se tiverem seios grandes vai tudo a eito que também não quero parecer picuinhas e tou farto de escrever.

Todas as segundas (salvo não me apeteça) será então colocado um post nesta rubrica que intitulo "A Mulher por..." e que procurará fundir estas três formas de arte tão belas como são a Pintura, a Literatura e a Mulher.

PS: Só tenho pena pela Gastronomia...