segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O moinho de mim...

Por vezes entristece-me... a quantidade de gente que não é tu... por vezes fico triste quando me lembro disso, que nunca vão ser tu porque são apenas quem são... e por momentos fico ali imóvel, deixo de perceber o que dizem, perdem o sentido e tornam-se objectos inanimados produzindo sons para mim desconexos e sem valor... e choro para dentro, fico imóvel enquanto cascatas no meu interior... por dentro de mim um moinho de água e a minha tristeza e angustia que se produzem por um orgão que desconheço e que fica por cima do meu estomago, a partir de matéria viscosa que não sei o que é, vão na enchurrada e já misturadas com a água salgada que chora por dentro de mim fazem girar as pás do moinho que não é de madeira mas daquilo que se fazem os ossos, embora eu não saiba ao certo se o que digo não é um disparate ou cientificamente impossivel... de qualquer forma, quando já não estou com toda aquela gente que não é tu, que teimosa e permanentemente continuam a não ser tu, cerro os maxilares, fecho os olhos, faço bastante força e como que por exsudação deixo saír toda essa água que faz rodar as pás do moinho... no dia seguinte acordo na esperança que por entre tanto topo de cabeça que se assoma sob os bancos dos transportes algum seja teu, que por entre tantas vozes surja a unica que para mim não é muda, que por entre tantos olhos vítreos e sem vida consiga vislumbrar as janelas daquela que sempre foi a minha casa... mas não... e pouco a pouco, dentro de mim, pingo a pingo uma nascente e logo um rio... e então logo o moinho começa a girar...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Mamas aqui!


Cá está uma foto tirada na linda península de Setúbal... e aqui está uma maneira engenhosa de preservar os golfinhos... erectos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal!

Um cavalo branco um coelho branco e um koala branco...



E de repente eu... nem sequer eu porque eu nada... e então nada. Onde sempre um cavalo branco um coelho branco e um koala branco agora apenas eu... e como eu sempre nada, agora nada... e não, não é tristeza o que sinto, não é perda, não são lirismos de harpa nem rastos de gotas salgadas por um escorrega de pele... não é um vazio, não é silêncio... não são tristeza e ausência a plasticina que molda a solidão... um cavalo branco um coelho branco e um koala branco e agora eu... nunca vivi e no entanto morro agora como nunca morri... não é oxigénio, não é sangue... porque ainda oxigénio e sangue e no entanto não mais vida... não percebem que eu sempre nada e voces tudo e eu sempre esmagado porque vocês sempre demasiado tudo para nada... e tudo me deixa para trás e eu pulmões e coração e pancreas e ossos e oxigénio e sangue e no entanto morto... a solidão não são números, não é a ausência de quantidade, não é sequer sentimento... é um não violento quando aqueles que desejamos são sim, é dor física, é asfixia e ansiedade, são veias a latejar e um vácuo que me afunda no poço de mim onde não tenho a que me agarrar... e como não estão aqui vejo-vos em todo lado e tudo são vocês... a cadeira de baloiço um cavalo branco, a mesinha do telefone um coelho branco e o naperon sob o móvel da sala um koala branco... sem voces vejo-vos por todo o lado e no entanto apenas eu e sempre nada. Mato-vos, mato-vos a todos! Dou cabo de vocês! Filhos da puta, filhos da puta!! Eu pequeno e porque razão já nada, porque razão invisivel? Porque razão Natal e por entre a frexa da porta a minha mãe a sacudir gemidos da cama com alguém que não o meu pai e não filhoses no meu prato? Porque razão eu descontrolado, porque razão eu "filhos da puta, mato-vos, dou cabo de voces", porque razão eu nada e no entanto voces comigo? Porque razão eu "sua puta de merda, sempre a vira-los contra mim!", porque razão eu tantas vezes pancadas secas e embriagadas de carne bruta naquela que sempre filhoses no vosso prato quando eu nunca em pequeno filhoses no meu e no entanto um cavalo branco um coelho branco e um koala branco tão perfeitos? Porque vos amava... porque eu nada e voces tudo, porque ainda assim voces comigo, porque o meu amor é canibal, porque eu sempre sozinho, sempre morto e no entanto voces comigo, voces a não desistirem... finalmente novamente apenas eu e então apenas novamente nada... finalmente eu e dor e nada, finalmente voces longe porque de certeza e novamente eu sempre "mato-vos filhos da puta, dou cabo de vocês"...


E outro dia sabia-te ali sem te ver coelho branco e sabia que para ti "e percebi que depois de mim, da Mãe, do bolo, tudo o mais te foi abandonando, tudo te foi dizendo "Assim não..."... e eu de facto que sempre nada e que nunca vida, agora já quase não oxigénio, quase não sangue, quase não ossos e cada vez mais morto sem nunca ter vivido senão na altura em que um cavalo branco um coelho branco e um koala branco...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Não sei não...

Hoje em dia estou para as relações longas e felizes como estou para as bruxas...

... não acredito nelas, pero que las hay, las hay!!

sábado, 20 de dezembro de 2008

O grotesco catártico de Joel Peter Witkin

Talvez que o fim ultimo e unico da arte contemporânea, seja qual for a sua forma, já não se centre de facto na dialética entre feio e bonito, mas busque sobretudo a excitação das emoções e dos sentidos... talvez que a sua maior beleza e riqueza resida não na resultante do acto artístico, mas nesse processo catártico onde o artista (e porque não o seu publico?), através dum acto de sublimação, projecta as suas sombras, angustias e desejos na sua escrita, pintura, musica, fotografia... talvez que a arte, permitindo-nos esse desequilibrio "controlado", seja em si um dos mais eficazes e engenhosos mecanismos homeoestáticos, contribuindo dessa forma para o bem-estar do individuo, desempenhando assim, e através da democratização do seu ensino e do seu consumo, a função de pilar essencial em qualquer sociedade.


E talvez por isso não haja nada de grotesco no grotescto de Joel Peter Witkin:

















Mamas aqui!



Pai Natal, se por acaso passares pelo meu humilde blog, o que eu mais desejo ter no sapatinho é Paz no Mundo, comida para acabar com a fome em África e uma Gisele Bundchen...


Ps. Não necessariamente por esta ordem... aliás, preferivelmente não por esta ordem... traz a Gisele!!!


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Estupidez... por Almeida Santos


(Peço desculpa pela má qualidade da montagem mas o meu irmão estava-me a apressar porque queria vir jogar PES 2009...)


Então não é que quando questionado acerca de mais uma vez ter sido necessário adiar uma votação na AR por falta de Quorum, ou seja, por incomparência do número necessário de deputados para a realização da votação, o distinto e digníssimo Almeida Santos, ex-Presidente da Assembleia Geral da AR, no lugar de criticar esta "balda", opta por fazer considerações sobre o facto(?) do ordenado de deputado não ser o suficiente(?!) para que estes possam abdicar das suas actividades paralelas, acrescentando ainda que o erro está na marcação de votações para a 6a-feira, já que se trata de véspera de feriado.


Ora desde que a Manuela António Ferreira Oliveira de Salazar Leite disse (alguém acredita que por ironia?) que seria melhor suspender-se a Democracia por 6 meses até se colocar tudo em ordem e que a suspensão de algumas obras públicas apenas afectaria o desemprego na Ucrânia ou em Cabo-Verde, que a nossa realidade política se me tem assemelhado a um Contra-informação ao próprio Contra-informação, mas parecem não querer ficar por aqui...


É que convenhamos, não bastava o proteccionismo dados aos Barões da Banca, como agora os POBRES dos senhores deputados, que julgo serem-no sim em responsabilidade e não só, também carecem de uma ajudinha financeira... assim não admira de facto que os pobres diabos não se sintam motivados para cumprir a sua função enquanto representantes do povo que os elegeu e cujos impostos lhes pagam a miséria que é o seu ordenado...


E claro, as votações nunca devem ser a uma 6a-feira, pois trata-se não de um dia util, mas de um dia que, ainda que desde a Grécia antiga seja considerado como parte da semana util, é na prática um dia cuja utilidade não se pode verificar na prática pois é afectada pela inutilidade do dia que se lhe segue... aliás, a 5a-feira por conseguinte também não deve ser considerada como dia util, uma vez que os senhores deputados se encontram já afectados pela expectativa do dia inutil (ainda que util) que é a 6a-feira... and so on and so on...


A propósito Sr. Almeida Santos, foi agora publicado um estudo, certamente estupido, que diz umas coisas do género de que os portugueses são, entre os cidadãos da UE, os que têm menor poder de compra e coisas assim... eh, enquanto esta malta não deitar os olhos às verdadeiras desigualdades sociais, lá terão os miseráveis dos senhores deputados que continuar a ter mais do que um trabalho e fins-de-semana com 3 dias... e ainda dizem que há Deus...


sábado, 13 de dezembro de 2008

Mamas aqui!



Eina oh Adriana calma aí que hoje não vai dar. Isto é muito giro Milão e Paris e tal mas os outros também têm vida sabes. Ontem disse-te "epah miuda vem cá a casa que tenho ali um pica-pauzinho e a malta vê aí um filmezito...", e tu logo "ah não vai dar porque Gucci isto e Victoria Secret´s aquilo...", então olha hoje tá complicado pa mim. Já te tinha dito que aos sábados de manhã tenho de ir com a velhota à Feira Nova por causa do leite e do pão e lá uns cortinados que ela quer comprar para a banheira. Além disso tenho trabalho de Psicometria para segunda e não se faz sozinho. Portanto escusas de tar já a tirar o colete porque hoje não vai dar nada... e não faças esse ar mete-nojo quando não levas já uma lamparina que vais dum lado ao outro da cat-walk. Vá siga!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Os maluquinhos do riso...

Esta é a minha ideia para um sketch dos Malucos do Riso:

- Pai, porque é que o Sol e a Lua nunca se encontram?

- Olha, porque a Lua é como a tua mãe, chega sempre atrasada...

No dia seguinte...

- Pai, perguntei à Mãe porque é que o Sol e a Lua nunca se encontram.

- Ai sim, e o que ela respondeu?

- Disse que é porque o Sol é como o pai, vem(-se) sempre cedo demais...

Nesta altura o pai faria então uma daquelas expressões de tromboso e surgiriam os risos gravados... é tão fácil fazer boa Tv!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Mamas aqui!

O nascimento de uma nova rúbrica!

Ora então para responder ao desafio da POPTART aqui vai:


1. Agarrar o livro mais próximo.
2. Abrir na página 161.
3. Procurar a 5ª frase completa.
4. Colocar a frase no blog.
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro! Utilizar mesmo o livro que estiver mais próximo.
6. Passar a 5 pessoas.

- O livro mais próximo: "Psicologia"
- A 5a frase completa: " Em contrapartida, os reflexos condicionados seriam adquiridos e, portanto, condicionados à experiência passada do animal. "



Eina oh POPTART, desafiante é tentar encontrar alguma graça nesta treta... não tens nada mais giro? Sei lá... algo que envolva mamas... olha boa, é isso mesmo! Mamas é giro! Portanto desafio aqui as pessoas de toda a blogosfera a encherem os seus blogs de mamas e depois no final do desafio quem tiver a melhor foto de mamas é condecorado com o título honorário de "selecionador-mor de mamas". É que sinceramente, entre literatura e mamas... ainda se fosse literatura sobre mamas... ou mamas literárias... não, isso é capaz de não existir... mas literatura sobre mamas é capaz de haver numa livraria ou outra... é isso mesmo!!! Tive uma grande ideia! Considero inaugurada a nova rúbrica do meu blog, vai-se chamar "Mamas aqui!" e consistirá muito simplesmente numa foto de mamas que colocarei todos os sábados. Ora já tenho uma rubrica dedicada ao gajedo e agora é altura de dedicar uma aos meus semelhantes onde poderão ver partes do gajedo. Ora uma vez que isto é um blog, não se trata de pornografia mas sim de uma forma de eu expressar a minha individualidade... enquanto vejo mamas! Ah, e os comentários deverão consistir em atribuição de pontuação aos pares de mamas que eu for colocando, numa escala de Lickert compreendida entre 1 - Ver a minha avó tratar dos calos enquanto se barbeia é uma imagem mais atraente que esse mamalhal! e 10 - Elah! Com um par desses já levavas um carimbo da UNESCO!
E tudo graças à inspiração do teu desafio POPTART! Obrigado!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Mulher por... Juan Miró

Woman in Front of the Sun (1950)
Miró, Juan (Espanha)


" Certamente, é mais razoável sacrificar a vida às mulheres que aos selos, às velhas tabaqueiras, até aos quadros e às estátuas. Apenas, o exemplo das outras colecções deveria advertir-nos que mudássemos, que não tivéssemos uma só mulher, mas inúmeras. "



Marcel Proust