sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Don´t marry! Be happy!





uuuuhhhh...
That was the sound of spookiness in my head
In a cold Winter night
The same sound blowing from hunder my bed
And there we was... under the yellow fathing light
Grabbing the same old black box...
He was kowned as the Hollowman!



(she comes in) - Oh darling you´re not writting those stupid sordid stories again are you?

- Euh... off course not my dear... what made you think I was?!


- Well, for a start, when you do write´em you have that absolutely annoing habit of making that ridiculous deep voice while you write, you know...


- That is propostruous! I do no such thing you silly woman!


- There you go...


- I beg your pardon?!!


- Well you also start talking in that Edgar-Allan-Poeish-stuckup-eighteenth-century-posh-stile... and in your underdraws Edward... I should say that is ratter childish off you "my lord"...


- Oh for fucksake, just leave me the fuck alone you castrating cold hearted bitch! What do you want this time?!


- Well, mamma wants to go to the bathroom and you know very well she´s too old to go on her own, and too heavy for me to carry her...


- Oh for the love of the beautifull-motherfucking-cocksucking-nailed-to-a-woodencross-baby Jesus, let the old drag shit herself! It´s not like she has to be clean and perfect for when her prom date comes to pick her up!!


- Well, it´s not just that! There´s the garbage to... and you still have to walk the dog if you don´t want him to shit all over the place... Oh, and don´t forget that tomorrow you promised Mrs. Candlestick to help her with that plumming problem that she has in her kitchen... so stop sulking and start acting like a man for once!


(long sob...) ... ok dear... it´ll just be a second...


(talking to himself) - Hey Hollowman, don´t you have a place for me inside that black box of yours?






terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Mulher por... Norman Rockwell


Rosie the Riveter (1943)
Rockwell, Norman (Estados Unidos)



" A mulher que se acha inteligente reclama igualdade de direitos com os homens. Mas a mulher que é realmente inteligente não o faz "


Sidonie Colette

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

É domingo, portanto...


Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.

Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.


Fernando Pessoa

sábado, 25 de outubro de 2008

A Sociedade Chiclete


E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora, sem demora
Como esta música é produto acabado
Da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se promete nesta vida, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

E nesta altura e com muita inquietação
Faço um reparo e quero abrir uma excepção
Um casse-tete nunca será não, chiclete
Pra que tudo continue sem parar
Fundamental levar a vida a dançar
Nesta vida que tanto promete, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

E como tudo o que é coisa que promete
A gente vê como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora, sem demora
Como esta música é produto acabado
Da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se promete nesta vida, chiclete

Chiclete, aua aua aua aua aua ah!
aua aua aua aua aua ah! (chiclete)

Chiclete
chiclete (x4)

Chiclete (prova)
Chiclete (mastiga)
Chiclete (deita fora)
Chiclete (sem demora) (x...)

(...chi-chi-chi, chi-chi-chi, chiclete)


Chiclete, Taxi


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pensamento...


É irónico!

... a rapidez com que passamos de um " vem-me foder! "

... para um " vai-te foder! "

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

M...


Naquela manhã éramos eu e tu, personagens centrais num enredo que ainda não sabíamos nas suas cenas finais.
Na ultima noite usaste o soutien branco, sarapintado de bolas pretas, apoio dalmático, discretamente torneado por pequenas pétalas de renda negra, que embalava os teus seios quando as minhas mãos se ausentavam... acordavas sempre com uma imensa fome de Universo, vingando-te no pequeno-almoço... recordo cada detalhe... irritava-me a tua boa disposição matinal, enquanto eu, no outro prato da balança, acordava com exércitos a marcharem por cima de mim... a tua refeição colorida, leve... e enquanto me voltavas a chatear com a merda do meu colesterol, chacinavas no espremedor três ou quatro laranjas, invadias o frasco de compota e alcatroavas de doce uma torrada, comias uma ou duas bolachas orfãs de sabor e para o caminho um iogurte natural, que acomodavas na tua bolsa, perdido entre chaves, batons, cremes hidratantes, recibos, telemóvel... que raio, há sempre demasiada tralha na vida de uma mulher! Cabeça, bolsa e coração, armazéns do Martim Moniz, mas onde nada se vende a retalho e onde tudo sai, mais cedo ou mais tarde, demasiado caro a quem lá compra. E eu ali, sentado na mesa, intenção de mim, encurvado sobre uma chávena de café, despejando um pacote de açucar, que se detem instantes á tona, doce Atlantis afogada num mar nervoso de negro vício, eu ali com a lassidão de um cão velho em final de vida que se deixa ficar, observando o teu bailado das 8h... Naquela noite, depois dos nossos corpos se saciarem, um vazio profundo me revelou todo o descabimento, a falta de nexo de todo o acto, daquele "nós", e passei o resto da noite a magicar maneiras de te mandar para a puta que te pariu, mas com uma candura tal, porque todo o homem é cobarde nestas alturas, que sentísses ser também tua a minha vontade de partir...
Aguardei então a tua saída, despediste-te de mim com um beijo na testa, " amor, mais logo faço-te umas pataniscas com arroz de cenoura para o jantar, como tu tanto gostas ", porque eu merecia, disséste tu... Mas a vontade que tinha de me pirar dali, de ti, era forte demais para se comover, nem hesitei e peguei logo uma folha de papel, seria ali que me iria despedir... sem vergonha, sem coragem, com todos os clichés e truques do politicamente correcto, todos os "não és tu, sou eu", "mereces melhor que uma carcaça velha", "preciso de um tempo só para mim" e mesmo um "não tarda nada arranjas outro que te fará feliz vais ver"... as razões eram todas e nenhuma... mas sempre fui pragmático nestas coisas, sofre-se o que tem de se sofrer e parte-se para a próxima, não há que arrastar, há que desaparecer... não gosto do que é situado, contextualizado, relativo, declarações de que se está em todo o lado não estando em lado nenhum... longe da vista longe do coração, e não se gosta por obrigação... com o polegar premi a mola da caneta, cavilha da granada que explodiria sobre ti, e comecei a escrever... de repente, senti um pequeno formigueiro percorrer-me o braço... dúvidas? Esitação? Incertezas?... a uma dormência cada vez mais intensa acompanhou então a minha respiração que surgia agora entrecortada, esforçada e profunda como um ataque de ansiedade, cada vez mais sufocante... "Não!!", gritei já eu a caminho do chão, onde a chávena de café já se estilhaçava, adivinhando o ataque fulminante que fez explodir o meu peito... mais tarde consegui-me levantar... mas já não por mim, já amortalhado em panos, antes de me ensacarem de preto e enfiarem num gavetão...
Foste tu quem me descubriu ali estatelado a contemplar o tecto de olhos vítreos... morto mas ainda senti o pânico, a tua desorientação... na carta que ainda estava por cima da mesa leste:



" Minha querida, têm sido tão bons estes tempos que temos passado juntos, és uma mulher fantástica e sei que tenho sorte por te ter comigo, por me quereres a teu lado. Nunca fui de me manter quieto por muito tempo, nunca consegui viver para ninguém senão para mim, e contigo consegui perceber o que é isto a que chamam de partilha, dedicação... M... "



Quis o meu fado que aquele "M" permanecesse isolado, sem o "as" que o completaria... e quis uma coincidência que o dia seguinte fosse 14 de Fevereiro... e eis como uma carta de despedida, que sem o "Mas", se transformou ali, para ela e para sempre, numa carta para o dia dos Namorados... Ela nunca me esqueceu... não voltou a apaixonar-se... e ainda hoje, quando ouço os seus passos aproximarem-se da minha eterna morada de mármore onde me vem chorar, ainda que morto, o meu coração sangra de culpa...




terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Mulher por... Salvador Dali

Sim, meu amor, está bem meu amor
Eu sei que tu tens razão
Dizia-te eu, às vezes, para acabar
Com a discussão…

E lá íamos vivendo,
Entre dois copos e um bom colchão,
Um futuro à nossa frente
E muito amor para mostrar a toda a gente.

Como era bem vivermos a dois
Sem nos darmos mal (uma canção estrangeira e um filme antigo no telejornal),
E uma noite tu disseste: Já dei p’ra ti meu… vou arrancar!
E lá fiquei eu, sózinho,
A conversar com os meus botões
E a tentar descobrir a causa
Que nos levou a tal situação…
Já achei uma ideia que é bem capaz
De ser a solução:
Acho que nós passamos muito tempo
A misturar tripas com coração
E a verdade é bem diferente.
Para haver amor, não pode haver obrigação
Obrigação, Jorge Palma

Canibalismo de Outono (1937)

Dali, Salvador (Espanha)

sábado, 18 de outubro de 2008

É isto um Coullant de Chocolate




Uma boa companhia, uma boa conversa, um chá quente e um coullant de chocolate... c´est trés magnifique!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Ouvi dizer

Porque é das melhores coisas que já ouvi em português...


Ouvi Dizer

Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!

Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!

A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!
Ornatos Violeta

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Mulher por... John Kacere

Jutta (1973)
Kacere, John (Estados Unidos)



" ... não ía desperdiçar aquela chance de me exercitar nas finas artes de feiticeiro, por isso a coisa foi assim: surgiram, em combustão, gotas de gordura nos metais das minhas faces, meu rosto começou a transmudar-se, primeiro a casca dos meus olhos, logo depois a massa obscena da boca, num instante eu era o canalha da cama, e eu li na chama dos seus olhos «sim, você canalha é que eu amo», e sempre atento aos sinais da sua carne eu passei então a usar a língua, muda e coleante, capaz sozinha das posturas mais inconcebíveis, e não demorou ela mexeu os lábios de um jeito mole e disse um «sacana» bem dúbio, era preciso conhecer de perto a sua boca pra saber o que ela tinha dito, e era preciso conhecer essa femeazinha de várias telhas para saber que sugestão, eu fiz de conta que tinha esquecido tudo e que o mundo agora só tinha aquele apertado metro de diametro, continuei o canalha da cama e ela dum jeito mais quente tornou a dizer «sacana», que era o mesmo que dizer «me convida pra deitar na grama», ela que nos arroubos de bucolismo me pedia sempre pra trepar no mato, daí que furjei uma víbora no músculo viscoso da língua, e conformei-lhe cabeça, e uma sórdida altivez, «an» «an» «an» eu disse mexendo a ponta devassa, «sacana sacana» ela disse numa entrega hipnótica, já entrando quem sabe em estado de graça, mantendo contudo as narinas plenas, uma respiração ruidosa tumultuando o colo, os peitos empinados subindo e descendo as penas todas do corpo mobilizadas, tanto fazia dizer no caso que a ave já tinha o vôo pronto, ou que a ave tinha antes as asas arriadas, e foi pra melar inda mais o desejo dela que levei a mão bem perto do seu rosto, e comecei com meu dedo do meio a roçar o seu lábio de baixo, e foi primeiro uma tremura, e foi depois uma queimadura intensa, sua boca foi se abrindo aos poucos pr´um desempenho perfeito, e começamos a nos dizer coisas através dos olhos ( essa linguagem que eu também ensinei a ela ), e atento na sua boca, que eu fazia fingir como se fosse, eu estava dizendo claramente com os olhos «você nunca tinha imaginado antes que tivesse no teu corpo um lugar tão certo pr´esse meu dedo enquanto eu te varava e você gemia» e logo seus olhos me responderam num grito «sacana sacana sacana» como se dissessem «me rasga me sangra me pisa», e senti a ponta da sua língua tocando a ponta do meu dedo, lambendo furtiva minha unha, e senti seus dentes, que já tinham perdido o corte, mordiscando a polpa úmida, ela mamava sôfrega a minha isca, e a gente se olhava, e vazava visgo das suas pupilas, e era o mesmo que eu estar ouvindo o que ela tinha dito antes tantas vezes dum jeito ambivalente «não conheci ninguém que trabalhasse como você, você é sem dúvida o melhor artesão do meu corpo», por isso continuei modelando a lascívia em sua boca, e logo depois desci a mão no gesso quente do pescoço, e não demorou seus poros de ventosa me engoliam gulosamente os dedos e foi com a boca imunda que eu disse num vento súbito «estou descalço» e vi então que um virulento desespero tomava conta dela, mas eu sem pressa fui dizendo «estou sem meias e sem sapatos, os meus pés como sempre estão limpos e úmidos» e eu de repente ouvi dos seus olhos um alucinado grito de socorro «larga logo em cima de mim todos os teus demônios, é só com eles que eu alcanço o gozo»... "


Raduan Nassar, Um Copo de Cólera

domingo, 12 de outubro de 2008

Hoje deixei a selva e fui visitar o Zoo!



Não fica lá muito barato não, mas foi dinheiro muito bem gasto, nem que fosse só para ver que os anos passam e os macacos continuam a conseguir roubar o meu irmão mais velho... em puto foi um gelado, desta vez foi um mapa!

sábado, 11 de outubro de 2008

Como mandar o gajedo de volta para o fogão sem que elas se apercebam



Em 1932, numa entrevista concedida por Salazar a António Ferro, quando questionado quanto ao papel destinado às mulheres no Estado Novo, o ditador esclareceu da seguinte forma:



" Deixemos o homem a lutar com a vida no exterior, na rua... E a mulher a defendê-la, a trazê-la nos seus braços, no interior da casa... Não sei, afinal, qual dos dois terá o papel mais belo, mais alto e útil. "


O Longo Caminho das Mulheres - Feminismos 80 anos depois




Convenhamos minhas Sras., é inegável a obtusidade do conteúdo, mas há que dar valor à polidez da forma eheh...


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Perfect...

I know we're just like old friends
We just can't pretend
That lovers make amends
We are reasons so unreal
We can't help but feel that something has been lost

But please you know you're just like me
Next time I promise we'll be
Perfect
Perfect
Perfect strangers down the line
Lovers out of time
Memories unwind

So far I still know who you are
But now I wonder who I was...

Angel, you know it's not the end
We'll always be good friends
The letters have been sent on

So please, you always were so free
You'll see, I promise we'll be
Perfect
Perfect strangers when we meet
Strangers on the street
Lovers while we sleep

Perfect
You know this has to be
We always we're so free
We promised that we'd be
Perfect

Perfect
(Adore, 1998)
Smashing Pumpkins

A Mulher por... Gustav Klimt


" Uma mulher leva vinte anos para fazer do seu filho um homem - outra mulher, vinte minutos para fazer dele um tolo "


Helen Rowland










Fulfillment, 1909
Klimt, Gustav (Áustria)

domingo, 5 de outubro de 2008

Melancolia...



Melancolia...


É um estado de je ne sais quois...
acordar de madrugada a preto e branco...
respirar fundo e sentir cada movimento, cada estriar musculado e cada estalar ósseo...
caminhar rumo à varanda...
sentir a temperatura dos azulejos na sola dos pés e ouvir o descolar de cada passo...
apoiar-me na armação ferrugenta do varandim...
lançar um olhar vazio no horizonte e perscrutar bem dentro de mim...
acender um cigarro...
dar-lhe uma passa...
não ouvir nada senão o fumo soprado que me foge por entre os lábios...
sentir a brisa fria de Outono...
franzir a testa...
delinear leve e lentamente a sobrancelha com o dedo médio...
saborear o sal da primeira lágrima e perguntar-me...
" Quando é que eu que me fodi? "