quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O Bairro das Palmeiras

E todos os dias passava no Bairro das Palmeiras a caminho do trabalho. Sei de cor o Bairro das Palmeiras, entalado entre a Carris e os reclames do Ginásio, onde carantonhas enormes de dentes reluzentes troçavam da velha casa da cultura, cada vez mais sufocada entre ervas-daninha. Duzentos e poucos metros distavam o início do final do bairro, cujas únicas palmeiras em redor eram as chaminés do parque industrial, onde dos troncos metálicos equipados à farol pendiam enormes folhas gasosas que ao tocarem o céu faziam as nuvens chorar ácido sobre as casas já quase despidas de estuque. Recordo-me de estar sempre à coca com o pé nervoso no travão, não fosse alguém atravessar-se no meu caminho sem olhar... estrada de bairro pobre não tem passadeira pois quem toma do sistema um chuto no cu devolve as graças com um pontapé nos tomates e dita as regras aos peões no seu tabuleiro. A morbidez das casas idosas e de pele estalada era interrompida a meio pelo infantário, uma pequena construção pintada em tiras berrantes de arco-íris como uma velha que exagera na maquiagem num esforço de juventude, uma caixa mágica onde à porta auxiliares vestidas em toalhas de pic-nic comparavam maridos e lançavam olhares de pastor-alemão sobre o rebanho de sorrisos de palmo e meio que se encabalhotavam por entre brinquedos estragados e lápis de cera. Paredes meias com o infantário habitações de famílias africanas onde mulheres de avental descascavam à janela feijão verde para alguidares de plástico pousados nos parapeitos, conversando em voz alta com as vizinhas, alheias à anorexia cinzenta dos toxicodependentes que entravam e saíam como cucos de ruínas que outrora foram casas, executando arqueologias em busca de novas veias a fim de injectar "fazes-de-conta" cozinhados numa colher e diluídos em gotas de limão. Já ao fim da rua a sede do clube do bairro, "Os Palmeirenses", desde 1938, lia-se por cima do emblema em azulejo lascado, do qual constavam uma bola de couro encimada por uma pomba branca trazendo um ramo de oliveira no bico... um disparate sem nexo como de resto o são todos os emblemas... porque não uma ou duas palmeiras no lugar do raio da pomba perguntava eu de mim para mim sempre que lá passava, observado de soslaio pelos bêbados locais, homens de narizes abatatados com caras de cirrose e barba desgrenhada que emborcavam minis ao final da tarde com desempregados trintões enfezados que mal enchiam os blusões de ganga manchados, montados na bê-éme-xis do filho e apoiados no corrimão enquanto lançavam trocadilhos ordinários à empregada do café do clube que avançava um pano sobre o balcão num vagar de morsa, antes de regressarem a casa para jantar e dar umas sacudidelas na mulher e uns carolos nos miudos apenas porque sim. Por duas ocasiões e não mais falei com gente do Bairro das Palmeiras, uma em que perto da biblioteca municipal um arrumador que já muitas vezes havia lá visto em movimentos de cuco e que, reparando no dossier que levava me disse também andar a estudar, a terminar o nono ano de noite, e uma outra vez quando uma tampa de esgoto mal fechada me estoirou um pneu e, enquanto eu dava ao macaco e dizia mal da minha sorte, um pequeno sorriso de tez morena e dois totós se escapou da caixa colorida estendendo-me a mão para um passou-bem e dizendo num sopro de lira " não fique triste senhor ".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"And you´ll allways be my whore..."


(foto: Henry Cartier Bresson)

...

" And I´ll pull your crooked teeth
You´ll be perfect just like me
You´ll be a lover in my bed
And a gun to my head
We must never be apart... "

...

(excerto de "Ava Adore", Smashing Pumpkins)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Feeling Good

Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Reeds driftin' on by you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
blossom in the trees you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Feeling Good, Muse

sábado, 24 de janeiro de 2009

Morreu há 20 anos...



" A cada manhã quando acordo, experiencio novamente o supremo prazer que é ser Salvador Dali. "

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Então campeão?!



Bom, não terei apenas estas, mas sem duvida estão entre as maiores. Falo do que considero serem duas das minhas mais prementes e gritantes incapacidades: a distinção entre tons de cor próximos (daí já uma senhora me ter dito "o senhor tem uma ligeira disfunção cromática") e algo que para mim é praticamente uma ciência oculta, refiro-me agora ao diálogo com crianças. Ora, ao contrário do que até se possa imaginar e por vezes é até comum entre as idades da adolescência e adulto jovem, no meu caso a minha incapacidade não está relacionada com uma aversão aos petizes. Muito pelo contrário, eu até acho que serei um pai verdadeiramente espectacular, já para não dizer fantástico, porque isso são os super-heróis, ou fabuloso, porque é uma palavra estupida, ou até omnipresente, porque isso só De... o Obama aliás. A parentalidade é até algo que confesso me atrai bastante! Ok, nesta altura poderão alguns pensar "oh, claramente alguém que inventou uma rubrica onde coloca fotos de senhoras com os seios desnudos para serem pontuadas de 0 a 10 é um tipo cujo desejo de ser pai está unica, exclusiva e intimamente ligado ao aumento exponencial dos seios da sua mulher no período de aleitamento" (aaahh infâmia, estava quase a escrever um post onde não falava de seios...). Bom, seria da vossa parte uma acusação compreensivel e da minha uma motivação honesta e factual... mas não unica!! Ora, eu adoro verdadeiramente os pequenos e as pequenas... não da mesma forma que o Jorge Rito, mas adoro. Agora a verdade é que quando me apresentam uma criança eu de certa forma fico sem jeito porque não quero desiludir ninguém, mas na verdade, como nunca sei como agir, normalmente quando é um(a) bebé limito-me a esticar o braço e posteriormente o polegar e o indicador, pegando um pedaço de bochecha e dizendo, caso seja rapaz "então campeão?!", ou, sendo rapariga "tão fofinha!eheh!", posto que subtilmente, e mantendo o sorriso, finjo que ouço uma voz chamar-me e faço uma cara como quem diz "que chatice, logo agora que ía brincar com o(a) pequerrucho(a)" . Bom, aqui de certa forma ainda sou eu a tentar, o que deixa por completo de acontecer quando os espécimes passam a ser chavalada hiperactiva e inconveniente, que eu adoro de facto observar, mas com quem não consigo interagir de acordo com o esperado, ou seja, falo com eles exactamente no mesmo tom como se tivessem na minha faxa etária e sem qualquer tipo de entusiasmo ou pré-selecção de assunto, o que resulta rapidamente num afastamento da criançada. Mas nada melhor do que deixar aqui um diálogo real que tive aí á uns tempos, para compreenderem mais claramente o que quero dizer.



Local: Piscina Municipal do Oriente


Puto que estava na pista ao lado da minha: O senhor está a nadar?

Eu: Tou e tu?

Puto que estava na pista ao lado da minha: ... (afastamento lento e silencioso)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mamas aqui!


aaahhh o circo e o latex casam tão bem...

Tenho saudades de o ouvir...


Ó senhor da loja
já que a vida é curta
diga-me lá, se souber
quantos metros tem a dor

E já que ainda por cima
a vida é pesada
diga-me lá, se puder
quantos quilos tem o amor

E já que a paciência
tem os seus limites
diga-me lá quantos são
que é p´ra eu saber se espero ou não
quando for desesperar

Já que a vida é curta
e o futuro, diz que está aqui já
(Sei lá)
já que o futuro vêm
em peças separadas p´ra montar
(Ah! Ah! Ah!)
Antes que se esgote
reserve desde já o seu exemplar

Caramba
está-se p´ráqui a dançar na corda bamba
sem se saber para que lado é que se cai
nem com que pé é que se samba

Ó senhor da loja
já que a vida é bela
diga-me lá, se souber
em que espelho a devo olhar

Mas se por outro lado
diz que a vida é dura
arranje-me aí, se tiver
um capacete p´ra eu marrar

E já que a vida é feita
de pequenos nadas
guarde-me aí quatro ou cinco
que é p´ra quando for domingo
eu os poder saborear

Já que a vida é curta
e o futuro diz que está aqui já
(Sei lá)
Já que o futuro vêm
em peças separadas p´ra montar
(Ah! Ah! Ah!)
Antes que se esgote
Reserve desde já o seu exemplar

Caramba
está-se p´ráqui a dançar na corda bamba
sem se saber para que lado é que se cai
nem com que pé é que se samba

Ó senhor da loja
já que a vida é breve
arranje-me aí os ponteiros
dum relógio que atrasar

E já que no fundo
vai tudo a dar ao mesmo
diga-me se o mesmo é mesmo
tudo o que ainda vai mudar

E já que é preciso
deitar contas à vida
desconte-me aí os meses
em que apenas fiz as vezes
doutro que não era eu

já que a vida é curta
e o futuro diz que está aqui já
(Sei lá)
Já que o futuro vêm
em peças separadas p´ra montar
(Ah! Ah! Ah!)
Antes que se esgote
Reserve desde já o seu exempla

Caramba
está-se p´ráqui a dançar na corda bamba


Caramba, Sérgio Godinho

domingo, 18 de janeiro de 2009

Decidir é preciso!


Segundo Perry (1970), o nosso desenvolvimento intelectual e ético ocorre em quatro fases:

Dualismo - visão do mundo a preto e branco, sei ou não sei;

Multiplicidade - admite diferentes visões do mundo aceites indiscriminadamente;

Relativismo - papel do indivíduo na construção do conhecimento mas há métodos melhores que outros para procurar o conhecimento mais seguro;

Compromisso - comprometimento com sistema de valores


Na minha leitura será possivelmente a ultima, a transição que mais vincadamente marca o início da idade adulta e sobretudo o alcance do pensamento maduro. Tomar decisões nem sempre é fácil, mas sempre é preciso. Talvez que seja muito confortável aos relativistas, aos que a cada pró acasalam um contra, aos que propagam estar em todo o lado não estando em lado algum, recostarem-se e muitas vezes depositarem nos outros, e quantas vezes no acaso, a responsabilidade de decidir. Nos que se comprometem, que apesar dos apesares avançam para uma decisão, cientes dos riscos, cientes da utopia que é o conceito de decisão perfeita, mas que dentro da sua cognitividade, naturalmente limitada, procuram sim a decisão satisfatória, recaem por vezes as acusações fáceis daqueles que, sem maturidade, verticalidade e coragem para decidirem, por um lado respiram de alívio e por outro aprontam-se a apontar o dedo se algo corre mal, oposição fácil e irresponsavel. O compromisso, seja ele qual for, requer isso mesmo, um pensamento e consciência da relatividade de todas as situações, a assumpção consciente de que existirão possivelmente outros métodos e melhores alternativas para optimizar a decisão, mas que tal não é nem deve servir como desculpa para o não comprometimento, para o "limbo eterno". Sim à reflexão com propósito e objectivo, mas não ao relativismo vazio e cobarde. Comprometam-se, decidam que sim ou que não, mas assumam-nos com responsabilidade, em caso de sucesso ou falhanço. Não é fácil, não é para todos nem se consegue sempre, mas é preciso assumir a responsabilidade e as consequências.



Quem não tem cão caça com gato... e quem não caça porque não tem cão morre à fome.

sábado, 17 de janeiro de 2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Por vezes o mundo lembra-me de ti...


... Aí sinto saudades do teu bosque encantado
De como o percorria entusiasmado
Acelarando o passo já perto do fim
Até me vir...ar para trás... e perceber que não é mais assim.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

tic... tic... tic...

Tic... tic...tic... ouço com maior nitidez regressando de dentro de mim à medida que acordo lentamente do meu sono de montanha e me espreguiço num movimento de acordeão... juro que um exército acampou no meu lombo de tão lixado que estou das costas... aos poucos dezenas de feixes de luz, invasores ultra-violeta entram furtivamente por entre as frechas dos estores amornando-me o rosto descaído e excitando-me as retinas que num espasmo me fazem caír as pálpebras para se protegerem, reabrindo-as então lentamente e com tempo para se reabituarem à luz... tic... tic... tic... no mesmo ritual de sempre desde que á já vai para 2 meses te mudaste para esta cama, arrastando-me para esta cadeira, procuro às apalpadelas irreflectidas com pressas de aranhiço o meu maço de tabaco, recordando-me da minha velhota tonta que sempre que me queria chamar só acertava no meu nome depois de gritar primeiro pelos dos meus dois irmãos... acendo um cigarro, iço-me do cadeirão e desfraldo os estores procurando encenar a coragem de um comandante que se faz ao mar e engolir a vida que agora entra pela janela... tic... tic... tic... quantas cores há no mundo e qual o som da vida? Foi á uma semana a ultima vez que te ouvi... o doutor diz para não perder a esperança mas eu estou derrotado... estou cansado de falar para as flores de plástico por cima da mesa de cabeceira, farto de ler o mundo impresso todas as manhãs e de saber que ele continua e roda e que tudo lá fora te ignora... tic... tic... tic... farto de passar horas a olhar para a merda deste ecrã onde não passas de uma maldita linha verde que desenha chapéus pontiagudos de duende na angustia de saber que tudo o que és se resume hoje a um tic, um caír de agulha que me rouba o fôlego se o outro tic demorar e que é hoje o unico som que existe na minha vida... tic... tic... tic... desculpa... vou lá a baixo ao quiosque comprar o jornal e venho num pulo pois sempre gostaste de saber as notícias e vou insistindo, nunca se sabe talvez que a minha voz consiga penetrar esse teu casulo... tic... tic... tic...

15 minutos depois...

Olha encontrei agora o doutor e ele diz que foi encontrado um dador compativel e há uma esperan... tuuuuuuuuuuuuuuuuu...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Previsões políticas para 2009


Após as legislativas, quando convidado pelo PS para uma coligação no governo, Francisco Louçã reage da seguinte forma: "Governar? Mas como assim, governar do tipo nós a fazer leis e a ter responsabilidades e tal? Ou é aquele governar do género epah orienta aí o xito à malta?"


O PCP, após conquistar nas autárquicas apenas Juntas e Câmaras no Alentejo, de forma inesperada, convoca todos os seus militantes para um congresso de emergência onde é decidida a formação do CLACE - Comunistas pela Libertação Alentejana do Capital Estrangeiro, iniciando-se assim a luta pela independência do Alentejo e o reconhecimento por parte da comunidade internacional do seu estatuto enquanto Estado autónomo. José Sócrates e Cavaco Silva, apanhados de surpresa com o êxodo de todos os comunistas para a terra das açordas, após 60 segundos sempre ali a reflectir, resolvem que "ok, até é um favor que nos fazem" e acedem às exigências do CLACE. No entanto, passados apenas 3 meses, por falecimento de todos os seus militantes com idades acima dos 75 anos, que correspondem a 93% do universo comunista, por recusa do Banco Central Europeu em reconhecer o azeite como moeda oficial alentejana e por deserção dos restantes 7%, teenagers rebeldes com as calças rotas e os bolsos cheios que decidem que afinal isto de ser comuna já não irrita tanto os paizinhos e resolvem voltar para as suas vivendas na linha da Cascais, o CLACE extingue-se e o Alentejo passa novamente a ser considerado território inóspito português.


No PP, após obter a nivel nacional uma percentagem de votos inferior à alcançada pelo PNR junto da comunidade africana residente em Vale de Melhaços, Paulo Portas demite-se e decide dedicar-se à escrita, editando mais tarde, após alguns meses de reclusão no interior de um solário na Clínica Dermoestética, naquilo que segundo as suas palavras poderia ser considerada uma versão contemporânea do filme "Do cabaret para o convento", a sua auto-biografia com o título "Catherine Deneuve, do Parque Eduardo VII para a Assembleia da Republica".


Quanto ao PSD, após nova estrondosa derrota nas legislativas e depois de um artigo numa conceituada revista científica ter revelado que Manuela Ferreira Leite é nada mais nada menos que a múmia do antigo Faraó Egípcio Phaxisthotep, cujo regresso à vida, que por razões de conveniência por causa da hora tardia e desconhecimento científico não irei explicar como se processou, teria como objectivo tentar erguer do mundo dos mortos o Partido Social Democrata, optou em congresso extraordinário por, não havendo possibilidade de eleger um novo líder de mérito dada a escassez de tal sujeito, que cada militante escrevesse o seu nome num papelinho que seria depositado numa grande banheira, da qual posteriormente e antes de ser feito o sorteio do Euromilhões, a Marisa Cruz retiraria o nome do próximo líder do PSD. Ora para o PSD é igual e para o publico masculino sempre é uma oportunidade de ver novamente os seios da Sra. Vieira Pinto quando teve de se dobrar para retirar o dito papelinho.


Finalmente, e após falhar a almejada maioria absoluta, o PS, fruto de fortes críticas por parte dos apoiantes de Manuel Alegre, entra em convulsão interna. Sócrates amuado decide abandonar o país, sem aviso prévio, com o seu namorado Diogo Infante, num cruzeiro com destino à Califórnia, onde após 3 semanas a servir às mesas no Starbucks em L.A. é descoberto por um agente que lhe consegue um casting, onde Sócrates é escolhido para interpretar o papel de espantalho à procura de um cérebro num remake do sucesso de 1939 O Feiticeiro de Oz.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Nadabrovitchka, a Máfia Russa!!



Have a great 2009... or else we´ll brake your legs!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mamas aqui!



Ora então a minha primeira resolução para 2009 é tentar retirar o monopólio dos halls de entrada das mãos, ou patas, das lassies e dalmatas de loiça que ainda habitam muitos lares portugueses, através da produção e venda massiva de várias Heidi Klum em loiça!

E depois não digam que este blog não tem uma classe do caralho!

Ah, e um 2009 do caralho!