" De tudo aquilo que foi anteriormente explicado, surge uma conclusão bastante clara: O homem light vive instalado na atalaia do cinismo. Tornou-se pragmático e uma coisa é o que pensa e outra, bem distinta, é o que faz. Oscar Wilde definiu-o assim: «Aquele que conhece o preço de todas as coisas e o valor de nenhuma». O cínico está cheio de contradições; o que hoje se crítica apaixonadamente, amanhã defende-se com ardor; o importante é o momento, o instante concreto do tema que nos ocupa. Porém nada é definitivo e há que apontar o vencedor porque o importante é o êxito e o triunfo: é o cúmulo da fugacidade, a revolução da urgência.
Vivemos na era dos anti-heróis, dos videoclips, na qual o plástico é o sinal dos tempos: usar e deitar fora; o modelo do yuppie substitui os velhos ideais revolucionários. Praticamos a moral do pragmatismo. Uma pessoa assim torna-se fria, sarcástica, maniqueísta e, quiçá, algo maquiavélica e insensível; é um desavergonhado que age duma forma descarada e adorna a sua conduta com uma linguagem floreada que há que decifrar.
É a mística do nada. Ao produzir-se a perda de todas as referências, esta é uma das suas consequências. "
O homem light - Uma vida sem valores,
Enrique Rojas
Enrique Rojas
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