quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O Momento da Verdade na Era do Vazio

Terminou á poucos minutos o 1º de uma série de 13 que a SIC vai transmitir do seu novo programa e porta-estandarte na reentré televisiva, "O Momento da Verdade". A maior verdade, e talvez a unica, que me pareceu ter sido revelada, ainda que não uma surpresa, foi que no fabuloso mundo dos media, televisão na linha da frente (?!), sempre se pode descer mais baixo. E bom, podia referir-me ao militarzinho que tão "valentemente" confessou traír a mulher, achar a sua relação aborrecida, não gostar de brincar com a filha, entre outras "verdades", se não me parecesse claramente haver ali uma ridicula manipulação e encenação "Jerry Springer style".


De uma forma ou outra, encenação ou não, trata-se de um produto vergonhoso, que obviamente é mais uma vez copiado a partir do que vem de fora, e aqui palmas para o brilhante Director de Programação da SIC, Nuno Santos, não esquecendo a Teresinha, que em mais uma brilhante parceria com essa produtora de entulho que é a Endemol, conseguiram criar a nossa versãozinha deste "frankenstein" audio-visual.


Para quem queira procurar perceber e confrontar-se um pouco, não só com a questão que nos leva a tentar perceber como permitimos nós o sucesso (sim, porque não tenho duvidas que este será mais um exemplo!) de todo o lixo que diariamente nos é despejado, sob os mais variados formatos, pelos media, mas também, obter uma maior e mais abrangente visão do tipo de sociedade em que nos tornámos e para o qual todos contribuimos diariamente, sugiro " O homem light, Uma vida sem valores ", um pequeno, mas que, pelo que já li, me parece um "grande" livro, onde Enrique Rojas, catedrático de Psiquiatria em Madrid e director do Instituto Espanhol de Investigações, considerado em 1995 Médico Humanista do Ano em Espanha, nos fala do que considera ser o "grande vazio existencial resultante da falta de valores e ideais" que reina na sociedade ocidental. Garanto-vos, não é "coisa de intelectuais", é coisa de todos sobre todos e para todos!



" Qual é o seu perfil psicológico? Como poderia ser definido? Trata-se de um homem relativamente bem informado, porém com escassa educação humana, entregue ao pragmatismo, por um lado, e a bastantes lugares comuns, por outro. Tudo lhe interessa, mas só a nível superficial; não é capaz de fazer a síntese daquilo que recolhe e por conseguinte, foi-se convertendo num sujeito trivial, vão, fútil, que aceita tudo mas carece de critérios sólidos na sua conduta. Nele tudo se torna etéreo, leve, volátil, banal, permissivo. "

1 comentário:

mjoão disse...

Obrigado pela sugestão! Fiquei com vontade em ler este livro!