Num dia igual os outros nada de especial acontece. Sabes aquela sensação de querer respirar fundo e não conseguir? Como se numa certa parte do esófago uma mãozinha se impusesse e "a partir daqui não pode seguir". Hoje é esse dia.
Hoje falta-me o teu "bom dia"... como me falta desde há 3 meses quando tu "até sempre"... eu no autocarro, anónimo entre plantações de nucas a desejar que algum dia uma delas seja a tua...
O "bom dia", aquele meu "bom dia". Grito encurralado cheio de "estás diferente, indiferente". A subtileza nunca foi o meu forte. Mas hoje, subtilmente, o "bom dia" dirigido às rugas do lençol onde um dia estavas tu, gritava "no dia em que me perdeste ganhei a mais profunda ferida". Obrigada.
Uma ferida... a minha boca uma ferida que ganha pus exposta a um exterior vazio de ti... nunca sorri senão pela tua boca e então o mundo apenas brilhava nos teus lábios pedagogos que me ensinaram a encontrar a luz nas minhas trevas...
Será que foste feliz? Nos dias em que o meu beijo sabia a sal. Nunca percebi. Havia sempre uma névoa, qualquer coisa na qual nos perdíamos. O que não disse porque achei que ia viver para sempre. A beleza da ferida por ti deixada. O carro a guinar para a esquerda. Os teus olhos mudos a dizer não vás. A chapa a envolver-me. Hoje morri. Não morras mais por mim.
1 comentário:
nós brasileiros, chamamos isso de fossa... seja como for... sempre há o amanhã... e o astro rei nascerá novamente,... os pássaros cantarão alegres e livres, e para nós restará a esperança da volta...ou uma nova descoberta..., só o tempo tem a resposta...
abraços,
Cassio.
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