La vida es una tombola

É um lugar tão comum quanto verdadeiro que a vida dá mais voltas que o meu cão atrás da cauda. Apesar de tudo, de o sabermos, nem por isso a surpresa é menor quando paramos, olhamos para trás e reflectimos um pouco sobre o nosso percurso, falo agora sobretudo do meu percurso académico.

Recordo-me de em 2002, ao realizar o meu ultimo exame nacional, não ter ainda a certeza do que queria. Recordo-me de ter entrado em Comunicação Social porque me disseram que tinha melhores oportunidades do que Psicologia e de pensar para mim "ok, vamos lá tentar isto, eu gosto de comunicar, beber um copo...". Do curso recordo-me que pouco aprendi e pouco fiz por aprender... aprendi por fim, após 3 anos, que não queria nada daquilo, que não suporto jornalistas, mas também que nos sítios errados podes encontrar as pessoas mais certas, aquelas que perduram...

Depois, em 2006 recordo-me de decidir mergulhar de cabeça em Psicologia e de querer a todo o custo seguir a carreira clínica... recordo-me de perceber que por vezes temos de nos adaptar, de manter as hipóteses em aberto, que há vários caminhos para Roma e seja qual for o que escolhamos nunca é o único que iremos percorrer...

Hoje, vejo com bons olhos a área da investigação e o facto de que esta expressão:

P = .000

que designa a existência de uma relação significativa entre a variável dependente A e a variável independente B, se torne cada vez mais presente, e até que o SPSS (Statistical Package for Social Sciences), cuja mera referência me revoltava o estômago, seja cada vez mais a minha principal ferramenta de trabalho.

É bom adaptarmo-nos, flexibilizarmo-nos, traçarmos objectivos mas manter os olhos abertos, definir rumos mas estar a par e considerar as alternativas.

E por falar em definições, já escolhi o tema mais provável para a minha tese... :

A Partilha Social das Emoções