terça-feira, 24 de novembro de 2009

It´s not that it´s bad... but it hurts...

Antes de mais quero emprestar um tom bastante sério ao tema do texto que se segue, portanto quero desde já fazer a ressalva que, mesmo recorrendo à hipérbole e ao sarcasmo, por trás do que direi se esconde sempre uma preocupação bastante séria e que, admito, geradora até de um grande desconforto interior.

Antes demais quero lançar uma questão que me assombra ao ponto de achar que seria de todo o interesse nacional incluí-la nos próximos Censos a realizar pelo Instituto Nacional de Estatística e que é:

É facto ou mito que existem e polulam entre nós sujeitos com idades acima dos 15/16 anos que (não sendo adeptos de cosplay, que é aquela coisa onde pessoas que diariamente disfarçam, muitas de forma crédula, não terem qualquer perturbação mental ,se reúnem em grupos e reuniões onde se mascaram de personagens do universo animado...levando-se a sério) sendo submetidos voluntária ou involuntariamente (algum irmão mais novo que fez chantagem do tipo "se não me levas a ver o que quero conto aos pais que fumas")ao visionamento do primeiro filme desta saga(?!) gostaram, são fãs e salivam para ver a sequela?

Eu vi o filme... enfim uma noite fria, as pessoas decidem ficar por casa, a ver algo entretidinho... ou seja, algo que não nos adormecesse, mas que também não interessaáse... enfim, apenas uma moldura para possibilitar uma crescente troca de mimos até descambar em sexo e pronto estava feita a noite. Ora tudo ía bem encaminhado até o tal rapazinho que passa todo o filme a esfregar-nos na cara que tem algo a esconder (não vá o publico mais desatento não apanhar) é anti-social, introspectivo e de olhar fabricadamente profundo (é impressão minha ou acabei de definir a expressão cliché?) se decidir a parar uma pick-up com os punhos para salvar a miúda assustada que solta gemidos orgásmicos de sílaba em sílaba. Comecei então a perceber que desde "Os tomates assassinos" não assistia a algo que, como diria John Stewart "it´s not that it´s bad... but it hurts". Também é verdade que "Os tomates assassinos" nunca pretenderam ser levados a sério, ao contrario desta versão com dentes afiados dos morangos com açucar. Mas faça-se justiça, que desde o cómico absurdo dos célebres Monty Pithons, poucas terão sido as cenas que lhes terão feito frente como aquela onde o rapaz pega na sua amada, coloca-a às cavalitas e toca de subir a montanha a uma velocidade supersónica sem nunca perder a sua postura de modelo que enquanto se exibe para a moça aproveita para vender o merchandising ao publicozinho.

Sou-vos sincero, o filme fez-me feliz, rimo-nos como uns perdidos, como há muito não o fazia, ao ponto de perguntarem "De que se estão a rir? Isso não é uma comédia." Mas minha gente, convenha-mos... é que o tipo coloca a miúda às cavalitas e corre pela serra acima a 100km/h... será que eles não podiam dar as mãos e caminhar? Porque não uma confortável mesa de café ou, se o objectivo era estar em contacto com a natureza, um pic-nic à beira do lago em lugar de subir para cima de galhos ao frio? Um anti-social com ar de James Dean que tem um segredo e uma miúda que se sente deslocada e não tem uma relação fácil com o pai que se atraem talvez porque se compreendam e acabam por ver o seu tão grande amor ameaçado por um outro adolescente que também ele vampiro mas que no final não pode nada contra um tipo que pára pick-ups com dois dedos enquanto ajeita a popa e onde no final esse grande amor triunfa... a sério que isto vende? A sério que o absurdo não é o que o faz vender mas que há de facto quem veja um tipo com uma miúda às costas a escalar uma montanha de patins como algo de belo, original e não apenas alvo da mais profunda gargalhada e no final, quando mais consciente e analítico, um profundo pesar por tal ideia?

Admito, tal fenómeno deixa-me sem palavras...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

It kicks like a sleep twitch



Make our escape, you’re my own papillon.

The world turns too fast, feel love before it’s gone.

It kicks like a sleep twitch!
My papillon, feel love when it’s shone.

It kicks like a sleep twitch!

Darling, just don’t put down your guns yet,
if there really was a God here,
he’d have raised a hand by now.

Now darling, you’ll both get old and die here,
well that’s quite enough for me,
we’ll find our own way home somehow.

No sense of doubt, of what you can achieve.
Well I’ve found you out, I’ve seen the life you wish to lead.

And well it kicks like a sleep twitch!
You will choke, choke on the air you try to breathe.

It kicks like a sleep twitch!

Darling, now just don’t put down your guns yet,
if there really was a God here,
he’d have raised a hand by now.

Darling, you’ll both get old and die here,
well that’s quite enough for me dear,
we’ll find our own home somehow.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah

It kicks like a sleep twitch!


Papillon (In this light and on this evening - 2009)
The Editors

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pop*ta?


Mas alguém me explica que moda subita é esta de "aputalharem" ícones infantis? Ele agora é ver a Popota dançar como se estivésse num vídeo do 50cent, a Leopoldina com calções justos e top a exibir a sua C cup! O que se segue, a Hello Kitty com um tramp-stamp e de corpete? O Ric e o Roc a saírem para ir às meninas? É que isto é bonecagem que vende material escolar e brinquedos no Natal, não vendem dildos nem tanguinhas comestíveis.

Eu sei que é apanágio do português passar do 8 para o 80 como ninguém, que o sexo no tempo do estado novo era quase como que um acto ilícito realizado às escuras onde reinava o missionário com a mulher a levantar as saias e a olhar para a janela enquanto o companheiro sem a ver se metia nela e uma vez "despachado" virava-se para o lado a roncar e babar na almofada. Desmistificar sim, educar sim, variar sim. Agora pelo amor da santa, o raio da Popota de G-string é que não!