domingo, 6 de janeiro de 2013

Hero

Sometimes a hero isn´t strong
Sometimes it´s courage comes from lack of options
Sometimes a hero doesn´t fly
Sometimes he just takes a leap of faith
Sometimes a hero spends his whole life with his face in the dirt, just for you to climb on his back to reach for the sky
Sometimes a hero weakens you fighting all your fights
Sometimes you sacrifice becoming strong on your own, because you know heroes feel alone when no one screams for their help
Sometimes you let your hero become the cold shadow that prevents you to receive the warm light of the sun
Sometimes you understand that the only way to save your hero is staying the victim...


Stucked in a victimless desert
Where no one needs saving
A once called hero
Becomes nothing but a broken burning cross...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mudanças

 

À

Organização XXX

Eu, abaixo assinado, Henry Michkin, portador do B.I. nº xxxxxxxx; declaro que rescindo a partir do dia 31 de Agosto de 2010, o Contrato Sem Termo firmado entre mim e a empresa XXX, com início no dia 26 de Abril de 2007.

Lisboa, 25 de Junho de 2010

Assinatura: Henry Michkin

 

Sem dúvida a minha obra mais libertadora!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Moscatel, Brandy & Martini


Num dia igual os outros nada de especial acontece. Sabes aquela sensação de querer respirar fundo e não conseguir? Como se numa certa parte do esófago uma mãozinha se impusesse e "a partir daqui não pode seguir". Hoje é esse dia.

Hoje falta-me o teu "bom dia"... como me falta desde há 3 meses quando tu "até sempre"... eu no autocarro, anónimo entre plantações de nucas a desejar que algum dia uma delas seja a tua...

O "bom dia", aquele meu "bom dia". Grito encurralado cheio de "estás diferente, indiferente". A subtileza nunca foi o meu forte. Mas hoje, subtilmente, o "bom dia" dirigido às rugas do lençol onde um dia estavas tu, gritava "no dia em que me perdeste ganhei a mais profunda ferida". Obrigada.

Uma ferida... a minha boca uma ferida que ganha pus exposta a um exterior vazio de ti... nunca sorri senão pela tua boca e então o mundo apenas brilhava nos teus lábios pedagogos que me ensinaram a encontrar a luz nas minhas trevas...

Será que foste feliz? Nos dias em que o meu beijo sabia a sal. Nunca percebi. Havia sempre uma névoa, qualquer coisa na qual nos perdíamos. O que não disse porque achei que ia viver para sempre. A beleza da ferida por ti deixada. O carro a guinar para a esquerda. Os teus olhos mudos a dizer não vás. A chapa a envolver-me. Hoje morri. Não morras mais por mim.


Por Maluqinho & Saltos Altos

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Uma visita ao dentista

 

 

dentista

 

Uma visita ao dentista, apesar de comum, é a experiência que mais se aproxima de uma abdução alienisna, diferindo apenas na condição voluntário/involuntário que dista ambas.

 

Entro na clínica e dirijo-me à recepção, onde, após algumas questões, Berta, uma criatura oxigenada sem queixo, daquelas em que o pescoço se liga directamente à boca, me encaminha para o consultório.

 

Neste, caiado numa brancura que pretende enganar os nervos e transmitir uma aura de pureza e tranquilidade, o Dr. recebe-me com simpatia, procurando afastar a minha atenção do polvo ortodôntico que irrompe no centro da sala, trono indesejado das minhas inquietações.

 

Antes de aplicar a anestesia, pergunta-me por problemas cardíacos. Obrigado pela preocupação Dr., certamente que alturas houve em que todos já desejámos uma desvitalização que nos matásse os nervos mais profundos desde o endo ao pericárdio, mas desta vez a dor é apenas nos dentes.

 

Aproxima-se com o tabuleiro e para afastar de mim a imagem duma sala de inquisição procuro fixar o olhar no tango argentino que passa na tv. O Dr. autoriza-me a cuspir… com metade da cara imóvel o cuspo sai pouco convicto e quando me deito percebo que, qual cordão umbilical unido à placenta, um ténue fio de saliva percorre os meus lábios até ao lavatório. Antes que o Dr, repare e julgue que tive um AVC tento um gesto subtil mas eficaz que quebre o embaraçoso laço.

 

A Berta irrompe pela sala e pergunta se foi chamada. O Dr. pouco convicto responde que não… para ter a certeza resolve certificar-se e pergunta-me se havia chamado a Berta. Dr. deu-me indicações expressas para não mexer a cabeça, tenho metade da cara inutilizada e não há maneira de terminar o eterno felatio a toda esta gama de aparelhos de ortodoncia, acha que é a melhor altura para conversar? apeteceu-me responder. Em vez disso soltei um AAAHHHMMMM e deixei-o à interpretação.

 

A Berta voltou para a recepção onde a esperava o Zé Maria que queria um branqueamento para condizer com a tez laranja que horas antes apurara no solário. Não sem antes lamentar, a Berta informou o cliente que, ao contrário do que o site indicava, os branqueamentos só eram grátis em caso de receber outro qualquer tratamento pago. Zé Maria questionou então quanto seria o branqueamento embora, beto orgulhoso que é, não sem referir que tal lhe era indiferente pois nunca seria impedimento, com uma tal firmeza que o julguei ouvir dizer que se sentiria até ofendido por receber tratamento grátis e insistiria sempre em deixar qualquer “coisinha” até porque a chegar ao conhecimento dos seus pares tal seria certamente razão para a sua expulsão do clube tauromáquico e apreensão por tempo indefinido dos seus sapatos de vela.

 

De volta ao consultório, o Dr. insistia em escavacar-me a cremalheira enquanto eu procurava por todos os meios não cruzar o olhar com o dele, não apenas pelo cariz homossexual que existe num olhar frontal entre dois homens, mas também porque este era dono de uma farfalhuda mono-sobrancelha cuja existência eu preferia dar ares de ignorar.

 

Finda a provação, libertei-me dos tentáculos, dei um passou-bem ao Dr., agendei a próxima consulta com a Berta e, já no exterior, com um sabor a óleo de fígado de bacalhau fora do prazo na boca, pergunto: O que passa na cabeça de alguém para escolher ser Dentista?

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Heart-Deco

 

auto-retrato de smoking

“Auto-retrato de smoking”, Max Beckman

 

“ Da existência ficara-lhe o olhar desvairado, pra dentro, de quem segue na alma um sonho e anda na vida por acaso; o olhar daqueles em quem a vida interior é enorme e que ficam surpreendidos quando a dor lhes diz que o mundo existe. “

 

“ A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore “

Raul Brandão

Strange

 

 

Send a heartbeat to
The void that cries through you
Relive the pictures that have come to pass
For now we stand alone
The world is lost and blown
And we are flesh and blood disintegrate
With no more to hate


Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain


Delivered from the blast
The last of a line of lasts
The pale princess of a palace cracked
And now the kingdom comes
Crashing down undone
And I am a master of a nothing place
Of recoil and grace


Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain


Time has stopped before us
The sky cannot ignore us
No one can separate us
For we are all that is left
The echo bounces off me
The shadow lost beside me
There's no more need to pretend
Cause now I can begin again


Is it bright where you are
Have the people changed
Does it make you happy you're so strange
And in your darkest hour
I hold secrets flame
We can watch the world devoured in it's pain
Strange
Strange
Strange

 

“The beginning is the end is the beginning”

Smashing Pumpkins

sexta-feira, 7 de maio de 2010

E porque…

 

preguiça

 

…amanhã parto de fim-de-semana para o “meu” Alentejo!